Nossa, Tâmara, adorei o texto!
Sofro um pouco com algumas posições machistas dentro de casa também.
Meu pai nunca me mandou procurar “pudor” no dicionário, mas sempre disse que eu não deveria falar palavrão (apesar de ele jorrar palavrões sempre que fica nervoso), falar alto e não devia “dar bobeira” por aí, ou seja, não dar papo pra ninguém na rua e voltar pra casa o mais rápido possível.
A fase dos palavrões já passou (não tem como não soltar nada nunca, né), mas continuo levando um olhar maligno sempre que solto um “foda, meu” ou algo assim.
Quanto à roupa, ninguém nunca implicou muito comigo, não, mas minha mãe sempre me diz pra usar um shortinho por debaixo do vestido pra que não apareça nada quando eu sento (de pernas fechadas, claro), ela fica ainda mais preocupada quando eu vou pegar metrô de saia/vestido. Se não saio de shortinho, ai, ai ai!!
As últimas brigas aqui em casa tem sido com relação ao horário de chegar em casa. Faço faculdade de manhã, mas costumo passar o dia lá quando tem palestra, reunião (trabalho no jornal laboratório da faculdade tbm) ou tenho muito trabalho prazer. Daí, se tenho que voltar depois das 21h (NOVE!!) minha mãe vai me buscar. NUNCA que uma mocinha de 18 anos vai ficar andando sozinha 5 quarteirões à noite da faculdade até o metrô!
Agora, quando eu to acompanhada, não tem problema.
Quando eu to com o meu namorado, então.. aí posso voltar a hora que eu quiser, desde que ele me deixe na porta. Ontem cheguei às 23h (saí 22h) da faculdade.
Acho foda isso. Não tenho irmãos pra poder comparar, só tenho uma irmã mais nova que sofre mais que eu, sepá.
Não pretendo fazer isso com minhas filhas, caso um dia eu seja mãe de meninas, não quero ter que ensiná-las a não serem estupradas/assaltadas/abusadas/desrespeitadas na rua.
Bjs e parabéns, Tâmara!